Preço horário não afeta GD fotovoltaica

Preço horário e Geração Distribuída

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou em 2019 que iria implantar o preço horário em duas fases. A primeira fase começou em janeiro deste ano, quando Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) adotou o Dessem (Modelo de Despacho Hidrotérmico de Curtíssimo Prazo) na programação de operação.

O objetivo da medida do ONS foi aumentar a eficiência no despacho de usinas e aumentar a simetria de informações entre as empresas do setor.

Na segunda fase, que passa a valer no início de 2021, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) vai adotar o Dessem no cálculo do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), na contabilização e liquidação do mercado de curto prazo. Por si só essa iniciativa deve aumentar as opções de produtos para os consumidores.

Segundo Bernardo Marangon, especialista em mercados de energia elétrica e diretor da Exata Energia, é importante destacar que a chegada do preço horário a partir do ano que vem no âmbito comercial do setor elétrico não afeta a GD (geração distribuída) fotovoltaica.

“Esta alteração terá efeitos apenas para os participantes do Mercado Livre. Para os projetos solares do ACL (Ambiente de Contratação Livre) certamente trará um efeito positivo, pois os preços são maiores nos momentos em que há maior demanda por energia, justamente o horário em que os projetos estão gerando mais energia”, apontou Marangon.

Para Mateus Tolentino, sócio e diretor de Middle Office da Prime Energy, o modelo adotado na primeira fase do preço horário evoluiu e teve como principal objetivo reduzir a diferença entre a operação prevista pelos modelos computacionais e a operação em tempo real.

“No entanto, é importante observar que há ainda pontos de adequação para conseguir aproximar ainda mais o planejamento da operação. Foi um ano de ajustes de processos do próprio ONS em um processo de melhoria contínua”, ressaltou Tolentino.

O executivo comentou que, do ponto de vista de PLD, espera-se que a segunda fase do preço horário, uma sinalização econômica aos agentes mais aderentes a operação em tempo real. “Nesse processo, teremos ‘ganhadores’ e ‘perdedores’ e os maiores ganhadores serão os agentes com flexibilidade operativa que poderão se adequar aos sinais de preços indicados”.

“Por exemplo, em um momento de escassez de energia em um horário de grande consumo (tipicamente no verão das 12h às 16h) espera-se um sinal de preço mais elevado, o que penalizará os consumidores com esse perfil de consumo e beneficiará geradores que possam gerar nesse horário ou consumidores que possam deixar de consumir”, explicou o especialista.

“A dúvida que persiste é se o sinal de preço indicado será suficiente para incentivar os agentes a atuarem nesse mercado. Ou seja, será que o perfil de preço horário será suficiente para incentivar a instalação de baterias ou mudança de perfil de geração/consumo dos agentes?”, questionou Tolentino.

 

Fonte: Canal Solar

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