Deságio médio de 17,48% e preço médio de R$ 238,37/MWh: como terminou o leilão A-5

Confirmando a previsão do mercado, terminou com baixa contratação o leilão A-5 para compra de energia gerada por novos empreendimentos a partir de 2026. Ao todo, 151 megawatts (MW) médios foram contratados em 40 usinas, somando a garantia física de 375 MW médios e 860, 8 MW de potência.

A disputa foi finalizada com deságio médio de 17,48% e preço médio de R$ 238,37 por megawatt-hora (MWh). Foram negociados, no total, 25.145 GWh, equivalentes a R$ 5,9 bilhões, ao longo da duração dos contratos. Já em investimentos, os projetos contratados alcançaram a marca de R$ 3,0 bilhões.

Marcaram presença como compradoras as distribuidoras Celpa (grupo Equatorial), CPFL Jaguari, CPFL Paulista, Cemar (grupo Equatorial) e Light.

Foram negociados produtos de todas as fontes participantes. A grande novidade do leilão foi a comercialização da térmica de tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU). Também foram registradas as comercializações de uma usina hídrica, 11 parques eólicos, 20 usinas de geração solar e sete térmicas à biomassa.

Sobre os deságios, o maior desconto ficou por conta das térmicas à biomassa, com 25,68%. Por deter contratos no mercado regulado, o empreendimento de fonte hídrica não teve preço contabilizado com deságio – no entanto, o valor estabelecido para novos projetos da fonte, que somou 174,27/MWh, ficou 45,54% abaixo do preço estabelecido.

Nas fontes renováveis houve desconto de 16,04% (R$ 160,36/MWh) na energia eólica e de 12,62% (R$ 166,89MWh) na energia solar.

Erik Rego, diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), avalia que o menor deságio nas fontes renováveis apresentado no leilão não é motivo de preocupação. Em entrevista coletiva após a disputa, ele declarou que “o importante é que seja suficiente para atrair investidor e ter competição. Temos sempre que ficar atentos para o preço teto nunca ser uma barreira, mas se [o deságio] vai ser 16%, 20% ou 30%, preocupa menos, desde que atraia participantes para a competição”.

O setor que atua com recuperação energética de resíduos urbanos avaliou como positiva sua estreia em licitações do mercado regulado. A categoria foi incluída no rol de fontes para a expansão da matriz brasileira.

Com previsão de investimento de R$ 500 milhões na nova planta, a Orizon comemorou a contratação de 75% de sua capacidade total ofertada na licitação. A usina de valorização de resíduos que será implantada em Barueri vendeu 12 MW na disputa.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) destacou que, embora a energia eólica tenha apresentado menor participação em relação a leilões anteriores, a fonte continua sendo a que oferece menores custos.

Em nota, Elbia Gannoum, presidente da entidade, declarou: “Vendemos menos do que costumamos vender em leilões regulados, mas já esperávamos que seria um leilão pequeno. Vale notar que a eólica, no preço de venda médio, foi a fonte de menor custo, apresentando grande competitividade. Considerando o cenário de uma demanda baixa já esperada, avalio que tivemos um bom resultado”.

No total, foram comercializados no certame 161,3 MW de capacidade em 11 novos projetos eólicos, o que representa investimentos na casa dos R$ 633 milhões.

Na avaliação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o leilão pode ser considerado muito positivo, já que resultou na contratação de toda a demanda declarada pelas distribuidoras de energia para o horizonte a partir de 2026.

Em entrevista coletiva concedida após o evento, André Patrus, gerente-executivo da Secretaria Executiva de Leilões da Aneel, comentou: “O preço médio de todos os produtos foi de R$ 238 por megawatt-hora (MWh), o que implica um deságio médio de 17,48%, com economia total para os consumidores de R$ 1,3 bilhão”.

Como resultado final, foram negociados 25.145 GWh de energia no leilão, o que corresponde a R$ 5,9 bilhões no decorrer dos contratos. Os 40 projetos contratados somam R$ 3 bilhões em investimentos.

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