Dados da BNEF apontam crescimento global de 5% em investimentos

investimentos em energia limpa

Enquanto o investimento eólico em terra atingiu US$ 37,5 bilhões, caindo 21%, e o solar, US$ 54,7 bilhões, caindo 12%, os resultados de investimento em novas capacidades e energia renovável (exceto grandes barragens hidrelétricas) do primeiro semestre de 2020 mostram um aumento de 5%, totalizando US$ 134,4 bilhões, se comparados com o mesmo período de 2019 (US$ 125,8 bilhões). O investimento geral em energia limpa aumentou 4% (US$ 137 bilhões) no primeiro semestre em comparação ao ano anterior (US$ 131,9 bilhões).

Investimentos na capacidade de energia renovável foram resistentes no primeiro semestre do ano, como apontam dados da BloombergNEF (BNEF). Porém, o contrário foi relatado na geração eólica offshore, apresentando um período de intensa movimentação. Esses financiamentos tiveram um aumento de 319% (US$ 35 bilhões) em relação ao ano anterior. O número elevado compensou a perda em energias solar, biomassa e eólica. O número é muito maior do que o já recorde do ano passado inteiro, que marcou R$ 31,9 bilhões.

Grandes investimentos foram realizados no primeiro período do ano, totalizando 28 projetos. Desse número, 17 instalações foram na China, além do projeto CIP Changfang Xidao, ao largo de Taiwan, com um valor estimado em US$ 3,6 bilhões e 600 MW; os projetos Fecamp e Saint-Brieuc, em águas francesas, totalizando 993 MW e US$ 5,4 bilhões; e o projeto Seagreen, de 1,1 GW SSE no Reino Unido, com uma estimativa de US$ 3,8 bilhões. O maior projeto já existente é de 1,5 GW – o Vattenfall Hollandse Zuid, na costa da Holanda, custando cerca de US$ 3,9 bilhões.

O total global, mesmo com a pandemia, mostrou-se super-resistente por conta da energia eólica offshore, de acordo com o chefe de análise da BNEF, Albert Cheung. Era esperada uma queda de financiamento geral, o que devidamente aconteceu com a energia eólica solar em terra.

A previsão para o segundo semestre é desaceleração do investimento eólico offshore em nível mundial, com uma nova alta prevista para o próximo ano. Neste ano, outros fatos influenciaram o cenário, como a corrida na China para financiar e construir antes que o prazo para a tarifa feed-in acabe. Também ocorreu diminuição de 67% nos valores nivelados atingidos desde 2012 e da performance das mais novas turbinas de grande porte.

Investimentos de US$ 576 milhões foram feitos em pequenos projetos hidrelétricos de menos de 50 MW, representando queda de 14%, enquanto as plantas de produção de biocombustíveis tiveram baixa de 82%, com US$ 250 milhões investidos. A aplicação em geotérmica cresceu 594%, com US$ 676 milhões, enquanto novas usinas de biomassa e de resíduos apresentaram investimento de US$ 3,7 bilhões, queda de 34%.

Grandes investidores

Pensando em nível global, o Brasil caiu 26% em investimento, apresentando US$ 2,5 bilhões, enquanto a Índia caiu 49%, com US$ 2,7 bilhões. Já o Japão progrediu 14%, com US$ 10,8 bilhões, enquanto os EUA tiveram baixa de 30%, para US$ 17,8 bilhões. A Europa conseguiu atingir US$ 36,5 bilhões, com crescimento de 50%, mas ainda inferior à China, maior investidora local, com US$ 41,6 bilhões investidos, 42% a mais que no mesmo período do ano anterior.

Mesmo com esses números, a BNEF estima um grande impacto da pandemia neste ano. Os pequenos consumidores sentem as mudanças econômicas com mais facilidade, assim como o afastamento das pessoas que estão no comando das decisões pode prejudicar o contexto.

Os investimentos corporativos em energias renováveis e tecnologias inteligentes apresentaram queda de 43% no primeiro semestre deste ano, com US$ 2,4 bilhões de investimento por empresas especializadas em mercados públicos, como armazenamento de baterias. Todavia, aumentou para US$ 2,5 bilhões o investimento de capital de risco e fundos de private equity, com crescimento de 10%.

As empresas Jinko Power Technology e Trina Solar aplicaram US$ 366 milhões e US$ 359 milhões nos mercados públicos, sendo responsáveis pelas maiores transações.

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