Podem ser investidos até R$ 70 bi em energia renovável

Energia renovável

Mesmo no contexto da pandemia, em que houve baixa no consumo de energia, os projetos que envolvem energia solar, biomassa ou eólica seguem recebendo olhares positivos pelos investidores. Ainda assim, existe um cenário de disputa entre grandes e novos no setor no Brasil.

Nos próximos dez anos há a expectativa de que sejam construídos parques renováveis em grandes centros de consumo, com investimentos que giram em torno de R$ 50 bilhões a R$ 70 bilhões, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Demandas como a preocupação com questões ambientais, instabilidade nos gastos com energia e a baixa de até 60% nos valores da energia eólica e solar nos últimos cinco anos dão vantagem a novas empresas com um novo perfil.

Um exemplo é o Grupo Gera, que atende clientes como Ambev, Lojas Americanas e Vivo e possui capacidade de geração de 10 MW, oito usinas e quatro anos no mercado. Seus planos incluem, até o fim do próximo ano, investimento de R$ 200 milhões para ampliação da capacidade de geração para 55 megawatts.

A busca por eficiência é o que impulsiona o mercado mesmo durante a crise da Covid-19, de acordo com Ramon Oliveira, presidente do Grupo. Projetos de energia solar e biogás já estão em andamento no Rio de Janeiro e estarão concluídos até julho de 2021.

A empresa GreenYellow é outro exemplo que cresce desde sua inserção no mercado, em 2014. Possui em sua clientela a Claro, Oi e Magalu e pretende ampliar sua capacidade de 20 MW atuais provenientes de usinas entre o Piauí e o Paraná.

Usinas solares serão levantadas no estado do Rio até 2022, ampliando sua capacidade para 130 MW por meio de R$ 500 bilhões em investimentos. O diretor-presidente da empresa, Pierre Yves Mourgue, destaca o crescimento de todos os projetos da área e afirma que “o pior lugar do Brasil é o melhor da Alemanha em geração solar”.

A instabilidade tarifária elétrica no Brasil é um dos fatores de interesse por projetos eficientes e só não obteve grandes aumentos por conta da pandemia, afirma o presidente da Sun Mobi, Guilherme Susteras. Ele ainda diz que as expectativas para o verão, por razão do home office, são positivas. A empresa prospecta R$ 56 milhões em investimento para dobrar sua capacidade de geração até o fim do próximo ano.

Já a empresa Safira pretende investir R$ 300 milhões para atingir pessoas físicas, além de aumentar seu recente parque solar, situado em Minas Gerais, em dez vezes. O diretor Mikio Kawai conta que créditos se tornam descontos na conta dos clientes a partir da inserção da energia produzida pelas usinas na rede elétrica da concessionária.

O presidente da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, enfatiza que o ambiente livre promove a competição e a possibilidade de escolha por projetos mais baratos, como a Anglo American e a Vulcabras, que compraram energia de projetos que estarão finalizados em pelo menos dois anos. O número de projetos renováveis em carteira é dez vezes maior do que o atual.

O Grupo Enel Green Power é responsável pela geração de 845 MW, sendo considerado maior responsável pela energia eólica e solar no Brasil. A empresa possui um parque em construção situado no Piauí que se interligará ao Sistema Interligado Nacional, uma reunião de empresas de transmissão e produção de energia elétrica. O cenário é competitivo e de grandes possibilidades, além do crescimento que possui relação com o aumento da demanda. A responsável pela Enel no Brasil afirma: “Não há mais sentido em construir termoelétricas”.

A trajetória da europeia EDP Renováveis também é de crescimento, visto os baixos preços nos últimos anos, de acordo com Duarte Bello, diretor de Operações para Europa e Brasil da empresa. O objetivo da companhia é tornar o Brasil o terceiro maior mercado mundial, depois dos Estados Unidos e da Espanha, quadruplicando sua capacidade. Uma parceria já realizada possui a Multiplan como um dos clientes, fornecendo 100% em energia solar para o Village Mall, na zona oeste do Rio, promovendo economia de R$ 5,9 milhões e queda de 49% no valor da energia.

O presidente da EPE, Thiago Barral, acredita que as fontes renováveis serão as principais fontes da próxima década, complementando o sistema conjuntamente com térmicas a gás e hidrelétricas. A tendência é de grande avanço com o barateamento que pode aumentar o uso nas indústrias e influenciar em projetos diversos no ambiente regulado e livre.

A Voltalia também possui planos de investimentos e aumento para 1,6 gigawatts da sua capacidade eólica atual (600 MW) em 2022, unindo as energias eólica e solar de forma híbrida. O presidente Robert Klein destaca que o crescimento é certo, mas depende de medidas regulatórias e econômicas. O setor chega a atrair o sistema financeiro, possuindo três fundos de participação de usinas solares e eólicas totalizando mais de R$ 275 milhões em aplicações, nos quais a corretora XP investe há dois anos.

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